quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Um ataque silencioso

A presente crise que estremece e promete assolar a economia mundial é, ao mesmo tempo, uma tremenda crise de legitimidade para a ideologia neoliberal e sua crença na onipotência do deus-mercado e na superioridade de seus valores. No entanto, nós, os críticos do neoliberalismo, não podemos nutrir ilusões e passar a acreditar que os representantes políticos e intelectuais do grande capital irão assumir seus erros e se render derrotados. A luta de classes, como já dizia o velho Marx, não é uma disputa em nível intelectual apenas, onde a derrota dos argumentos esgrimidos por um dos lados leva a sua capitulação. Ao contrário, o pensamento burguês se encontra em crise de legitimidade, mais ou menos profunda, desde o século XIX, mas não é por isto que a burguesia ficou mais disposta a abdicar de sua posição dominante na economia e na política.


No Rio de Janeiro, o governo Sérgio Cabral, nos fornece um bom exemplo do que está dito mais acima. Sendo um governo autenticamente neoliberal, a administração Cabral realiza uma autêntica “fuga para frente” no que diz respeito ao caráter privatista e pró-mercado de sua política educacional. Na semana passada, foi assinado um decreto que constitui um brutal - mas silencioso – ataque à educação pública em nosso Estado. O governador Sérgio Cabral instituiu um projeto que permite à iniciativa privada, em troca de isenção tributária, adotar escolas estaduais, tornando-se, na prática, sua gestora.


Diante da profunda crise que devasta a educação pública no Estado, e configura mesmo a falência da rede estadual de educação, o governo Sérgio Cabral abdica, definitivamente, da responsabilidade de garantir à população fluminense o direito à educação escolar, esfacelando a rede estadual e rifando o patrimônio público. É vital que a sociedade oponha-se a este nefasto projeto de privatização que o desgoverno Sérgio Cabral pretende consolidar.

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