Não são poucos os cidadãos brasileiros de consciência crítica, postura reflexiva e posicionamento político progressista que ainda acreditam sinceramente no discurso do governo Lula diante da situação econômica atual. Frente à crise, o governo Lula assume um forte discurso desenvolvimentista e lança algumas propostas de impacto, como o anúncio do recente projeto habitacional, no entanto, mostra-se incapaz de se colocar à altura da tarefa de impedir que os trabalhadores e as maiorias populares do país paguem pelos efeitos da crise.
No que se refere à administração da crise mundial e seus efeitos no país, Lula lança mão de um único remédio: isentar o grande capital de qualquer ônus (incrementando as isenções ou reduções de impostos que sobre ele incidem) o que, por consequência, lança este ônus sobre o povo. De acordo com o decreto assinado pelo governo federal no dia 27 de março, os recursos destinados ao custeio do aparato público sofrerão, no presente ano, um pesado corte. Somente o investimento em educação perderá 1,2 bilhão de reais no orçamento de 2009. O inaceitável, no entanto, é que, os recursos públicos destinados ao pagamento de juros da dívida pública, que enriquecem os banqueiros com o dinheiro do povo, não sofrerão nenhum corte neste ano.
A forma como o governo Lula gere a crise, retirando recursos da educação pública para garantir aqueles destinados aos banqueiros, demonstra uma clara opção de classe. Ou seja, de acordo com o quase-novo-desenvolvimentismo de Lula, o povo deve pagar a conta da crise para que os banqueiros e o conjunto do grande capital não precise fazê-lo.
domingo, 5 de abril de 2009
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