sábado, 11 de outubro de 2008

História oculta do sionismo


O recente atentado realizado por extremistas nacionalista-religiosos fanáticos de direita contra um dos mais importantes intelectuais críticos israelenses, Uri Avnery, assim como o aumento da violência do Estado sionista contra a agricultura palestina, consolidando um verdadeiro holocausto agrícola, exige que se aprofunde uma reflexão sobre a natureza do sionismo e do Estado de Israel neste ano em que se completam 60 anos de sua fundação. Para contribuir com esta reflexão, disponibilizo abaixo alguns trechos do livro recentemente publicado pela editora Sundermann (editora do PSTU) sobre o sionismo. “A história oculta do sionismo” de Ralph Shoenman (judeu e sobrevivente do holocausto nazista) revela importantes informações sobre a história do movimento sionista, e de suas lideranças e possibilita uma reflexão racional, objetiva e precisa sobre a ideologia que sustenta a legitimidade do Estado de Israel.

Trecho do livro "A muralha de ferro" de 1926 escrito pelo lider sionista Vladimir Jabotinsky, no caso há 22 anos antes da grande invasão sionista de 48 que fundou o estado de Israel.

"Não cabe pensar em uma reconciliação voluntária entre nós e os árabes, nem agora nem num futuro previsível, Todas as pessoas bem intencionadas, salvo os cegos de nascimento, compreenderam há muito a completa impossibilidade de se chegar a um acordo voluntário com os árabes da Palestina para transformar a Palestina de país árabe em um país de maioria judia. (...) Tente achar ao menos um exemplo de colonização de um país que aconteceu com o acordo da população nativa. Tal coisa nunca ocorreu.
(...)
Qualquer povo lutará contra os colonizadores enquanto lhes reste um fio de esperança de que eles possam evitar o perigo da conquista da colonização. Os palestinos lutarão dessa forma até que não haja mais o menor lampejo de esperança.
(...)
Não podemos dar nenhuma compensação pela Palestina, nem aos palestinos nem aos demais árabes. (...) Qualquer colonização, ainda que a mais restrita, deve-se desenvolver desafiando a vontade da população nativa.
(...) é indispensável a força externa para estabelecer no país as condições de dominação e defesa pelas quais a população local, independentemente de seus desejos, veja-se privada da possibilidade de impedir nossa colonização.
(...)
À censura estúpida de que esse ponto de vista não é ético, respondo: "totalmente falso". Essa é a nossa ética. Não há outra ética."


Citação de Jabotinsky, dirigente sionista morto em 1940, que mostra as raízes racistas do Estado de Israel.

"É impossível que alguém seja assimilado por outro povo que tenha um sangue diferente do seu. Para que seja assimilado este alguém tem de trocar seu corpo, tem de converter-se em um deles, no sangue. Não pode existir assimilação. Nunca poderemos permitir coisas como o matrimônio misto porque a preservação da integridade nacional só é possível mediante a pureza razial, e para tal, temos de ter esse território onde nosso povo constituirá os habitantes racialmente puros."

Citação de Davis Ben Gurion, primeiro chefe de Estado de Israel:

"Quando nos convertermos em uma força com peso, como resultado da criação de um Estado, aboliremos a partilha e nos expandiremos para toda a Palestina. O Estado será somente uma etapa na realização e sua tarefa é preparar o terreno para nossa expansão. O Estado terá de preservar a ordem, não através da pregação, mas das metralhadoras"
"Deveríamos nos preparar para avançar em uma ofensiva. Nosso objetivo é esmagar o Líbano, a Transjordânia e a Síria. O ponto débil é o Líbano, porque o regime muçulmano é artificial e fácil de ser minado. Teremos de implantar um Estado cristão ali e então derrotaremos a Legião Árabe, eliminaremos a Transjordânia; a Síria cairá em nossas mãos. Então nós bombardearemos e ocuparemos Port Said, Alexandria e o Sinai."

A passagem a seguir é Yitzhak Gruenbaum, presidente do Comitê da Agência Judia de Resgate, organização sionista para investigar a situação dos judeus europeus durante a II Guerra Mundial.


"Se nos vierem com dois planos - resgatar as massas de judeus da Europa ou resgatar a terra - eu voto, sem vacilar, pelo resgate da terra. Quanto mais se fala da matança de nosso povo, mais se minimizam nossos esforços por reforçar e promover a hebraização da terra. Se houvesse, hoje, alguma possibilidade de comprar alimentos com o dinheiro de Karen Hayesod (Apelo Judeu Unido) para enviá-los através de Lisboa, nós o faríamos? Não. Repito: não.

A passagem a seguir tirada do capítulo 6 é o texto de pacto formal entra a Organização Militar Nacional (OMN) de Itzhak Shamir e o Terceiro Reich Nazista:


"A evacuação das massas judias da Europa é pré-condição para resolver a questão judaica; mas esta somente pode ser possível e completa mediante o assentamento dessas massas na terra natal do povo judeu, a Palestina, e mediante o estabelecimento de um Estado Judeu em suas fronteiras históricas (...) A OMN, que conhece bastante bem a boa vontade do governo do Reich alemão e suas autoridades para com a atividade sionista na Alemanha e em relação aos planos de emigração sionistas, opina que:

1. Pode haver interesses comuns entre o estabelecimento de uma Nova Ordem na Europa, segundo a concepção alemã, e as autênticas aspirações nacionais do povo judeu, personificadas pela OMN.
2. Seria possível a cooperação entre a nova Alemanha e uma renovada nação do povo Hebraico Nacionai, e
3. O estabelecimento de um Estado judeu histórico, sobre bases nacionais e totalitários, unido por uma aliança com o Reich Alemão, seria do interesse para um continuado e fortalecido futuro da posição de poder alemão no Oriente Próximo.
A partir dessas considerações, a OMN na Palestina, sob a condição de que as aspirações nacionais do movimento de libertação isrelense mencionadas acima sejam reconhecidas pelo Reich Alemão, se oferece a participar ativamente na guerra no lado da Alemanha."




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