quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Ano Novo

Este último artigo do ano gostaria de redigir, em primeiro lugar, como agradecimento a todos os novos – e não tão novos – amigos e amigas que com sua hospitalidade e cordialidade souberam fazer deste último ano mais um ano bom para este retirante carioca que resolveu fincar raízes em solo campista.


Em segundo lugar, gostaria de agradecer também a todos aqueles que se dispõem a ler estas breves linhas e que têm contribuído bastante com suas sugestões, críticas e apontamentos no meu processo de formação pessoal, que entendo que deve ser, para cada um de nós, uma tarefa permanente, porque ninguém está definitivamente terminado nunca.


É importante deixar claro que as complexidades da sociedade campista constituem uma base sólida para uma compreensão mais profunda sobre o Brasil e suas contradições. Tenho percebido, nestes últimos anos que passei vivendo aqui, que, em muitos aspectos, Campos – muito mais do que o Rio de Janeiro, São Paulo, ou outra capital – pode ser vista como um microcosmo do Brasil. Os problemas e as potencialidades que aparecem na sociedade campista refletem muito do que somos como brasileiros, e muito do que podemos e devemos transformar e construir como brasileiros.


Gostaria de fazer deste último artigo de 2008, também mais uma contribuição ao “movimento” de desconfiança crítica que está se afirmando em relação ao governo municipal eleito. Diferentemente daqueles que de modo puro e simples – por esta ou aquela razão - estão aderindo ao novo governo, e também daqueles que estão dando um “voto de confiança” baseado em uma minimização excessiva da trajetória política pregressa do grupo que assumirá a prefeitura a partir de 1 de janeiro, os partidários da desconfiança crítica acreditamos que nossa postura é a mais adequada para dotar a sociedade civil campista da capacidade de exercer a vigilância democrática e cidadã necessária sobre os atos do futuro governo. Sendo assim, feliz ano novo a todos e olho vivo!

7 comentários:

xacal disse...

Feliz 2012, tio maycon...

Temos que marcar uma cerveja antes da virada...

um abraço

FÁBIO SIQUEIRA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
FÁBIO SIQUEIRA disse...

Olá amigo,

Mesmo com a saudável, democrática e sutil diferença de ponto de vista sobre o principal assunto abordado neste post - o que faz parte da interlocução qualificada - foi um prazer estreitar laços e manter diálogo profícuo e companheiro.
Embora mantenha minhas esperanças de dias melhores pra cidade, estarei a porte para exercer a opinião crítica se necessário.
"Sigamos em frente"!
Abraço e
Feliz 2009!

Anônimo disse...

Xacal:
Permenecer no erro é típico da maria freitas...


Hoje, em seu espaço no diário oficial da corte cor de rosa, a futura e ex-secretária de educação retoma a defesa do seu "genial" processo de avaliação automática, um dos maiores fracassos pedagógicos da história, responsável por lançar Campos dos G. no fosso dos piores índices de aproveitamento escolar do Brasil, e quem sabe do mundo...


Ao tentar a sutileza para tratar do tema, a futura e ex-secretária derrapa em sua pouca capacidade de verbalização, e revela todo o seu ranço autoritário, e sua incapacidade de debater e aceitar que suas "idéias" estão superadas, ou ao menos, necessitam reparos sérios para serem implementadas...


Em um discurso impróprio para quem responderá publicamente pelas políticas educacionais do município, a futura e ex-secretária mantém o tom maniqueísta e binário das suas "formulações"...Leia um trecho reproduzido de seu texto no jornal...


"A reprovação, na maioria das vezes é aclamada, já que sempre foi usada, através dos tempos, sem a menor parcimônia, afinal, ela livra a escola de todas as responsabilidades e segue em frente, no seu afã de selecionar os “melhores” e alimentar a máquina de fabricar dominados, inferiores... para “gente bem nascida” é um modelo e tanto de fabricar uma sociedade desigual. Alguns preferem este modelo, afinal, sentenciar é bem mais fácil do que acompanhar, facilitar, orar, vigiar, cuidar, promover..."



Está claro a todos que e Escola não pode ser um espaço de exclusão, ou seja: é durante a fase de aprendizado das crianças e jovens que devemos dedicar todos os esforços a diminuir as diferenças, através do reconhecimento de que o processo de aprendizado é individual...Isso implica em modelos flexíveis e adaptáveis a cada realidade onde serão inseridos...
No entanto, as linhas gerais do processo educacional devem estar claras: o objetivo é o aluno e seu aprendizado...

A pobre análise da futura e ex-secretária esconde dados importantes, por ignorância, má-fé ou ambos...

Desconhece o movimento de "desregulamentação" a que foi submetida a Escola, envolvida pelas teses neolibeirais de eficiência e produtividade, onde a carreira magisterial foi atacada e reduzida a uma atividade autômata e desqualificada, e os alunos foram tratados como produtos, números e estatísticas...

Na impossibilidade de reverter os resultados dos alunos para os índices que desejavam, os gestores deslocaram a avaliação dos alunos para os professores, iniciando assim uma "paternalização" e falsificação perigosa, denominada: aprovação automática...


Ao dizer que apenas a reprovação e repetência de ciclos são os prinicipais motivos da evasão escolar, os gestores desvincularam a Escola da realidade que a cercava, e criaram um "mundo ideal", sem diferenças, sem cobranças, avaliações e punições...Mentiram assim, desacaradamente para sua "clientela", que logo após que saíssem dos bancos escolares seriam, e sempre serão, avaliados, sancionados, "punidos" e cobrados por seus resultados...
Para combater a exclusão pela repetência, criaram a exclusão pela não-avaliação...
O que os gênios pedagógicos escondem, é que toda essa "reengenharia educacional" não buscava atender a demanda pedagógica dos alunos...
O sentido de tais intervenções era tão somente ampliar a capacidade da Escola em atendimento(leia-se matrículas) para aumentar os repasses orçamentários recebidos, sem que isso fosse revertido em maiores investimentos na área educacional, e sim em obras e compras suspeitas de materiais e serviços...


A falácia da aprovação automática, sob o signo da não-exclusão, na verdade é uma das faces mais duras e mentirosas dos modelos "poplulistas"...Escondem que a "seleção" educacional se dá de qualquer forma, pois de certa maneira reflete o contexto social onde está inserida a Escola...Alunos com famílias bem estrturadas, com pais presentes e atuantes, com histórico escolar melhor, se sairão melhor, com ou sem aprovação automática...
Já os alunos carentes e hipossuficientes sequer terão uma referência quantitativa para descobrir suas incapacidades...Serão enganados, pois estão aprovados, mas não estão aptos a nada...
Enfrentarão as "punições" das empresas, dos vestibulares e em toda a sociedade, que rejeitará sua incapacidade e insuficiência acadêmica...
Não se combate o "darwinismo escolar" dando "alimento" de forma artificial aos que estão menos adaptados...é necessário dotar esses "atrasados" de "ferramentas compensatórias", como garantia de sua sobrevivência social...caso contrário, será extintos quando retirados desse "ambiente fabricado"...


O que a sociedade campista deve fazer, sob pena de produzir uma nova legião de "aprovados acéfalos", é impedir que esse "discurso" e essa práxis populista se alastre...Os sindicatos, pais e associações de moradores devem discutir e contestar esse "modelo paternalista" proposto pela "secretária mãe dos pobres"...


Pobre não precisa de caridade, necessita direitos e qualidade de ensino...


Perguntamos:
Faz alguma diferença o método de avaliação e aprovação se a Escola for de boa qualidade...?

Faz algum sentido discutir a "ponta" do processo (avaliação e promoção escolar) sem antes discutir salários, estrutura pedagógica e material, democracia na gestão (eleição para diretores), integração escola X comunidade, objetivos e metas educacionais...?
Quantos gestores submeteriam seus filhos a essas "idéias revolucionárias" de aprovação automática?...Onde estudaram os filhos da secretária, da prefeita e de outros mandatários...?

Anônimo disse...

O Fábio Siqueira cada vez mais fútil, numa postura como se fosse muito importante para a categoria.

Mudanças ocorrerão.

Maycon Bezerra disse...

Valeu Xacal e Fábio, amigos certamente ainda que na divergência, acho que a contradição franca, honesta e amistosa vale muito mais do que qualquer afinidade asséptica artificialmente sustentada. Um bom ano novo para vocês e a cerveja em breve é um objetivo justo a alcançar, hehehe! Quanto ao anônimo: ??????

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Caro Maycon,

Desculpe se eventualmente invado este espaço para alguma manifestação inadequada.
Se for o caso, fique à vontade para moderar.

Acho democrático que me considerem "fútil", respeito a opinião mesmo de quem não possso identificar. Mas me reservo o direito de considerar a assertiva vazia - posto que sem argumentos - e covarde - posto que anônima.

O Comentários é um espaço de opinião. Restrito a mim e aos bissextos colaboradores. As futilidades e tudo o mais lá publicado não será jamais pautado pela "categoria". Não sou demagogo nem oportunista. Caso haja consenso ótimo, do contrário, entendemos a diversidade como democrática.

Dito isso, acrescento que sou contrário à aprovação automática. Assim, se esse debate é a razão da agressão, ela se revela gratuita.

Mais uma vez, fique com o abraço desse seu amigo "fútil".