Este ponto de vista leva a uma maior redução da demanda no consumo, uma maior contração econômica e um aprofundamento do caráter recessivo da crise. Infelizmente este raciocínio preso às referências ideológicas do mesmo neoliberalismo que acionou a espoleta da crise, é o raciocínio que aparece expresso nos discursos da maioria dos prefeitos recém-empossados no país, e Campos não é uma exceção. A apatia intelectual e política diante da crise, promete apenas aprofundar os seus efeitos.
Por outro lado, o ponto de vista oposto em relação à crise, que parte de uma compreensão desta como uma grave crise do sistema capitalista como um todo, e não apenas como um mero abalo financeiro, entende que o poder público deve ter um papel ativo no combate aos efeitos recessivos da crise: impulsionando o investimento público como forma de ampliar a demanda, estimular a produção, criar condições para aumentar a arrecadação pública e dinamizar o processo anti-recessivo.
Esta lógica de raciocínio é aquela que entende que o poder público deve ser a expressão da soberania popular, e como tal, deve trabalhar ativamente, por todos os meios necessários, contra toda possibilidade de degeneração das condições de vida da maioria da população. É preciso combater a hegemonia do pensamento neoliberal que, consciente ou inconscientemente, tende a paralisar a ação dos gestores públicos diante da crise, tendendo a condenar as maiorias populares a uma queda no seu já insuficiente padrão de vida. Miseravelmente, de acordo com suas últimas declarações e ações, é possível afirmar que o governo municipal de Campos está no caminho errado.
Artigo publicado na edição de hoje do Monitor Campista.
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